Existe um momento na vida em que olhamos para trás e percebemos o peso de tudo o que já carregamos. As escolhas feitas, os caminhos percorridos, os erros cometidos, as batalhas vencidas, as derrotas que nos moldaram. Olhamos para tudo isso com uma seriedade quase solene, como se tivéssemos nos tornado guardiões da nossa própria história. Mas e se, em algum canto do caminho, tivéssemos perdido algo essencial?
Talvez você tenha notado ultimamente um cansaço que não é só físico. Uma sensação de estar sempre em alerta, como se estivesse esperando alguma coisa – mas sem saber exatamente o quê. Um questionamento silencioso que ecoa dentro de você: “Será que estou vivendo da forma mais verdadeira para mim?”
É estranho. Em certos momentos, sentimos que somos tão adultos, tão conscientes, tão responsáveis. Mas algo dentro de nós grita por leveza, por espontaneidade, por aquele tipo de pureza que não vem da ingenuidade, mas da confiança na própria essência.
A verdade é que passamos boa parte da vida tentando encaixar peças que pareçam sensatas. Criamos armaduras para sermos levados a sério. Ajustamos nossos gestos, nossas palavras, nossas vontades. Mas talvez o que mais precisemos agora não seja de mais controle, e sim de um reencontro com o que sempre esteve ali: a nossa capacidade de olhar para a vida com olhos frescos, sem a rigidez das respostas prontas.
Quantas vezes você se permitiu ser leve? Não no sentido superficial, mas naquela leveza que vem de saber que você não precisa provar nada a ninguém. Quando foi a última vez que você confiou na sua intuição sem precisar justificá-la? Quando foi que se entregou a algo sem medo do julgamento?
A maturidade verdadeira não é um estado de dureza. Pelo contrário. Ela se parece muito mais com a sabedoria de uma criança que sabe brincar sem se preocupar com o tempo. Que chora quando sente vontade, ri sem motivo aparente e se encanta pelo simples. Uma criança não precisa de razões complexas para ser feliz.
Talvez seja hora de perguntar: “O que estou tentando controlar que, na verdade, só precisa ser sentido?”
Como tudo o que está em cima está embaixo, e tudo o que está fora reflete o que está dentro, o chamado do momento é mobilizado pelo céu através dos seguintes movimentos astrológicos:
☉ Eclipse lunar total em Virgem (14/03, 23°57’): portal de encerramentos, revisões e purificação, trazendo à tona tudo o que precisa ser olhado com precisão cirúrgica.
☉ Sol em Peixes em conjunção com Saturno, Nodo Norte e Netuno: um encontro entre sonhos e realidade, onde somos chamados a amadurecer, assumir responsabilidades e encarar as consequências do nosso caminhar.
☉ Mercúrio em Áries prestes a retrogradar, em conjunção com Vênus retrógrado: velhas histórias ressurgem para serem revisitadas, pedindo revisão de diálogos, relações e compromissos.
☉ Lua trígono com Urano e sextil com Marte: um impulso para romper estruturas rígidas e agir com mais autenticidade, libertando-se do que não faz mais sentido.
Os ventos deste momento da vida estão bagunçando tudo. Há memórias voltando, situações pedindo revisão, relações mudando de forma. É como se o universo estivesse te pedindo para observar o que ainda está segurando por medo – e, ao invés de resistir, simplesmente se abrir para aprender com isso.
Não se trata de voltar ao passado, mas de resgatar o que foi deixado para trás. De lembrar que, antes de todas as camadas que você construiu para sobreviver, existe algo puro, genuíno e intacto dentro de você. Algo que não precisa de justificativas.
Você ainda se reconhece na sua própria vida?
Talvez seja esse o chamado do agora. Não para entender tudo, mas para sentir mais. Para confiar que a sua essência sempre soube o caminho.

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